A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (12), uma nova fase da operação que investiga descontos irregulares no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Na ação de hoje, dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal, em São Paulo e no Distrito Federal. Segundo a CNN Brasil, os presos são Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como careca do INSS e Maurício Camisotti.
O Careca do INSS foi preso em Brasília. Logo cedo, agentes da Polícia Federal estiveram na casa dele e vasculharam documentos e outros arquivos no imóvel no Lago Sul. Os policiais também fizeram verificações em veículos que estavam na garagem da casa e encheram duas viaturas com itens apreendidos. Os agentes deixaram o imóvel por volta das 10h. O advogado Cleber Lopes, que faz a defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes e Maurício Camisotti afirmou que todos estão perplexos com as prisões pois ambos estão colaborando com as investigações.
Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como careca do INSS e Maurício Camisotti são apontados como operadores de um mega esquema fraudulento que lesou 4 milhões de aposentados e pensionistas do INSS através de descontos associativos não autorizados nos benefícios.
No começo de setembro, a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes no INSS, pediu a prisão de 21 pessoas envolvidas no esquema, entre elas o Careca do INSS e o empresário Maurício Camisotti. O depoimento do Careca do INSS está marcado na CPMI para a próxima segunda-feira (15). Ainda não há informações se a oitiva será mantida.
Ontem, o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira, que esteve a frente da pasta entre março de 2022 e janeiro de 2023, durante o governo Bolsonaro, prestou depoimento à CPMI do INSS e informou que não conhece o Careca do INSS, nem o empresário Maurício Camisotti
Conforme nota da Polícia Federal, a operação desta sexta-feira (12), que recebeu o nome de Operação Cambota, apura os crimes de impedimento ou embaraço de investigação de organização criminosa, dilapidação e ocultação de patrimônio, além da possível obstrução da investigação por parte de alguns investigados.
O advogado Nelson Willians, alvo de busca e apreensão em São Paulo, emitiu nota e disse que tem colaborado com as autoridades e que a ação desta sexta-feira tem o objetivo de apurar o assunto, sem imputar culpa ao investigado.
Confira nota na íntegra
Em relação ao mandado de busca e apreensão cumprido nesta data, Nelson Wilians esclarece que tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência.
Nelson Wilians já afirmou, anteriormente, que sua relação com um dos investigados — seu cliente na área jurídica — é estritamente profissional e legal, o que será comprovado de forma cabal. Os valores por ele transferidos referem-se à aquisição de um terreno vizinho à sua residência, transação lícita e de fácil comprovação.
Ressaltamos que a medida cumprida é de natureza exclusivamente investigativa, não implicando qualquer juízo de culpa ou responsabilidade. O advogado permanece à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários e reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência.
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE












