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Manejador de pescado é baleado em reserva extrativista no Amazonas: violência contra defensores do meio ambiente preocupa.

Manejador de pescado é baleado em reserva extrativista no Amazonas: violência contra defensores do meio ambiente preocupa.

Maraã (AM) – A violência contra defensores do meio ambiente voltou a registrar um episódio grave no interior do Amazonas. Um fiscal comunitário que atua na Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável de Amanã na área do Acordo de Pesca Pantaleão, localizada no município de Maraã, foi baleado durante uma ação de monitoramento na noite da última quarta-feira (21).

De acordo com relatos de testemunhas, os fiscais realizavam uma ronda de rotina na reserva quando foram surpreendidos por invasores do local. Após uma tentativa de abordagem e pedido para que desligassem o motor da embarcação, os agressores dispararam contra a equipe de forma abrupta e sem motivo aparente. Um dos tiros atingiu um jovem fiscal comunitário.

O ferido foi levado às pressas para o município de Alvarães e, posteriormente, transferido para Tefé, onde passou por cirurgia e permanece internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo informações médicas, seu estado de saúde é estável, e a expectativa é que ele deixe a UTI ainda nesta semana.

Abandono e ameaças constantes

Os comunitários que atuam na proteção da Reserva afirmam que vêm sofrendo ameaças frequentes de invasores de pesca predatória, sobretudo na captura ilegal de pirarucu.

“Estamos há muito tempo ameaçados. Ninguém aparece para nos acompanhar na fiscalização. É uma área rica em peixe e, justamente por isso, muito invadida. Sem apoio, nossa vida fica em risco”, declarou um dos comunitários que atua na proteção da reserva.

Escalada da violência na Amazônia

O caso se soma a outros episódios recentes de violência contra defensores da floresta e do meio ambiente na Amazônia como o ocorrido no Vale do Rio Javari que culminou com o assassinato de Dom Philips e Bruno Pereira. Nos remete ainda aos muitos assassinatos pelo Brasil que ceifaram a vida de Dorothy Stang e Chico Mendes. Organizações socioambientais alertam que a ausência do Estado em áreas remotas favorece a atuação de criminosos ligados ao tráfico de drogas, desmatamento, à pesca predatória e à grilagem de terras, aumentando o risco para lideranças comunitárias e fiscais.

Investigações

A ocorrência foi registrada em boletim de ocorrência (BO), e o caso deve ser investigado pelas autoridades competentes. Os comunitários aguardam medidas concretas para garantir a segurança daqueles que arriscam suas vidas na linha de frente da proteção ambiental.

“Não é apenas a pesca ilegal. É a vida de pessoas que defendem o meio ambiente que está em jogo”, reforçou um morador da região.
Há suspeitas do envolvimento de piratas dos rios e de garimpeiros ilegais que atuam nas proximidades, aumentando a tensão na região.

Respostas
O Superintendente do Ibama no Amazonas se manifestou sobre o caso afirmando que está acionando as autoridades policiais e órgãos de proteção ambiental para que hajam respostas à altura para impedir que as agressões continuem e salvaguardar o manejo do pirarucu que é uma atividade da sociobiodiversidade da maior relevância para a conservação da Amazônia.

“Não vamos aceitar que criminosos comprometam nossos projetos. Todos os envolvidos precisam combater a pesca ilegal do Pirarucu em nome da proteção da vida das pessoas que vivem do manejo autorizado”, são palavras do Superintendente do IBAMA-AM, Joel Araújo.
O Ibama alerta ainda que essa violência só ocorre por que o pescado ilegal segue sendo comercializado nas feiras das cidades do Amazonas, inclusive em Manaus. Portanto, as pessoas devem se eximir de comprar peixes capturado de forma ilegal, pois essa prática incentiva a violência nas áreas de preservação ambiental.

Fonte: ASCOM/IBAMA

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