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Câncer infantojuvenil: diagnóstico tardio ainda afeta crianças; especialista alerta para sinais que não podem ser ignorados

Câncer infantojuvenil: diagnóstico tardio ainda afeta crianças no Norte; especialista alerta para sinais que não podem ser ignorados

Para o oncologista Dr. Peter Silva, da Oncológica do Brasil, o maior desafio não é a raridade da doença, mas a falta de reconhecimento dos sintomas que muitas vezes parecem “comuns” e atrasam o diagnóstico.

Apesar de representar apenas de 1% a 3% de todos os tumores malignos, o câncer infantojuvenil é a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes no Brasil. No Norte, o cenário exige ainda mais atenção. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a região registra cerca de 650 novos casos por ano, com uma taxa bruta estimada de 99,6 casos por milhão de jovens entre 0 e 19 anos (Estimativa 2023–2025).

Para o Dr. Peter Silva, o problema não é a falta de informação sobre câncer, mas a ideia equivocada de que ele “não acontece em crianças”.

“Os sintomas iniciais são muito parecidos com os de infecções comuns febre, dor nas pernas, cansaço, palidez. Por isso, muitas famílias demoram a desconfiar. A criança não consegue expressar bem o que sente e o tumor avança em silêncio. Quando chegamos a um diagnóstico tardio, perdemos chances preciosas de cura”, destaca o especialista.

Diferença entre câncer infantil e câncer adulto

Enquanto o câncer em adultos está muitas vezes ligado a fatores de risco como tabagismo, álcool ou exposição ambiental, nas crianças ele costuma surgir por alterações genéticas espontâneas ou síndromes hereditárias. Além disso, o câncer infantojuvenil tende a ser mais agressivo, mas também mais responsivo ao tratamento, desde que iniciado rapidamente.

“Criança não é adulto pequeno. Os tumores infantis têm comportamento biológico diferente, crescem rápido e exigem tratamento imediato em centros especializados. Para muitas famílias do Norte, o acesso a esse atendimento ainda é limitado, e isso impacta diretamente a chance de cura”, explica o Dr. Peter Silva.

Tipos mais comuns de câncer infantojuvenil

De acordo com os Registros Hospitalares de Câncer (RHC/INCA), os tumores mais frequentes entre crianças e adolescentes são:

• Leucemias: especialmente a Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA);

• Tumores do Sistema Nervoso Central;

• Linfomas;

• Tumores sólidos, como neuroblastoma e tumor de Wilms (rim).

Sinais de alerta: quando é preciso investigar

Um dos maiores desafios é diferenciar sintomas comuns de alerta real. O Dr. Peter Silva orienta que os pais fiquem atentos quando sinais persistem por mais de alguns dias ou semanas:

• febre prolongada sem causa definida;

• palidez, hematomas ou sangramentos frequentes;

• dor óssea ou articular persistente;

• aumento de gânglios (ínguas) rígidos e indolores;

• dor de cabeça intensa acompanhada de vômitos;

• perda de peso ou falta de crescimento;

• cansaço extremo.

Tratamento existe, mas precisa ser rápido

O tratamento pode incluir quimioterapia, cirurgia, radioterapia, transplante de medula e terapias modernas. No entanto, o Norte ainda enfrenta desigualdades importantes. Segundo dados do RHC, mais da metade das crianças inicia o tratamento com quimioterapia, mas parte dos pacientes enfrenta demora no acesso ou necessidade de deslocamento para outras capitais.

“A ciência avançou muito. Hoje temos terapias mais precisas e protocolos modernos. O problema não é falta de tratamento é chegar ao tratamento no tempo certo”, afirma o Dr. Peter Silva.

Fonte: ASSESSORIA

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